
“Kamikaze” ou “Camicase” (do japonês: 神風, kami significando “deus” e kaze, “vento”, comumente traduzido como “vento divino”) foi o nome dado para os pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra os navios dos Aliados (principalmente porta-aviões e encouraçados) nos momentos finais da Campanha do Pacífico na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O nome oficial dos Kamikazes originais era Tokubetsu Kōgekitai (Unidade de Ataque Especial), também conhecidos pela abreviação Tokkōtai ou Tokkō. As unidades da marinha eram chamadas de Shinpu Tokubetsu Kõgekitai (Unidade de Ataque Especial Vento Divino), em alusão a tempestades que salvaram o Japão do ataque mongol em duas ocasiões (1247 e 1281), portanto os pilotos suicidas iriam salvar novamente o Japão de novos mongóis: os estadunidenses. O termo “kamikaze” já era usado pelos norte-americanos.


Os primeiros ataques ocorreram durante a Batalha do Golfo de Leyte, em outubro de 1944. e seu auge foi durante a Batalha de Okinawa, quando mais de 1.700 aeronaves japonesas atacaram a gigantesca frota aliada. Cerca de 2.525 pilotos japoneses da Força Aérea do Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial morreram nesses ataques, causando a morte de cerca de 7 mil soldados aliados e deixando mais de 4 mil feridos. O número de navios afundados é controverso. A propaganda japonesa da época divulgava que os ataques conseguiram afundar 81 navios e danificar outros 195.

Durante toda a guerra apenas 11,6% dos 3,3 mil aviões Kamikazes acertaram o alvo (um em cada dez aeronaves), e 27,5% retornaram a base (seja por falta de combustível, por não encontrar o inimigo, pelo mau tempo ou qualquer outro motivo). Os poucos que regressavam eram humilhados pelos oficiais até uma outra ocasião em que voassem novamente.
Navios também foram utilizados para ataques Kamikazes, a maioria torpedeiros e pequenos botes, com pouco sucesso. O monstruoso encouraçado Yamato, danificado após a Batalha de Samar, participou da “Operação Ten-Go”, com o objetivo de destruir o maior número de navios norte-americanos possíveis, dos que estavam participando da Batalha de Okinawa. Ele partiu para essa missão com combustível apenas para a viagem de ida. Ele foi atacado pelas aeronaves norte-americanas e atingido com várias bombas e torpedos, explodiu e afundou sem ter conseguido realizar sua missão Kamikaze.
No total, cerca de 47 navios da Marinha dos EUA (US Navy) foram afundados; de acordo com William Gordon, três deles eram porta-aviões, todos de escolta, pequenos e pouco importantes. De acordo com um relatório da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos depois da guerra, 4.900 marinheiros morreram em decorrência dos ataques, e 4.800 ficaram feridos.

O Exército Imperial Japonês também realizou vários ataques Kamikazes, mas na forma das chamadas “Cargas Banzai”, onde, no final de uma batalha onde eram praticamente derrotados, os japoneses investiam de forma suicida contra os Aliados, muitos empunhando apenas baionetas ou espadas, como os antigos samurais, com o objetivo de matar o maior número de inimigos possíveis. Muitos desses ataques foram repelidos, com a morte de todos os atacantes.





NOTA DO CANAL MILITARIZANDO: A brutalidade e o fanatismo dos ataques Kamikazes chocaram os militares norte-americanos, que previram uma verdadeira carnificina a planejada invasão do Japão (“Operação Downfall”), que seria executada no outono de 1945. Era previsto, somente nos ataques iniciais, mais de 250 mil baixas, sendo que até chegarem em Tóquio, os Aliados poderiam ter até um milhão de baixas. Tais números assustaram os norte-americanos e foi uma das justificativas de se lançar os dois ataques nucleares contra o Japão em agosto de 1945.
IMAGEM DE CAPA: Famosa fotografia que retrata uma aeronave Kamikaze erra o convés do encouraçado USS Missouri (BB-63) da Marinha dos EUA (US Navy) e atinge o mar, durante a Batalha de Okinawa.
FONTES: Wikipédia (Adaptado), Getty Images e o Facebook do Canal Militarizando.
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