
Anos antes das terríveis ações ocorridas em 1982 entre ingleses e argentinos que lutaram na inesperada e brutal Guerra das Malvinas (que em 2022 completa 40 anos) uma outra ocorreu nos mares próximas as ilhas Falklands (ou Malvinas), local do conflito mais recente, que envolveram duas poderosas potências navais do início do século XX: a Inglaterra e a Alemanha, que lutavam entre si durante a Primeira Grande Guerra.
A Batalha das Ilhas Falklands (ou Malvinas) foi uma ação naval da Primeira Guerra Mundial entre a Marinha Real Britânica (Royal Navy) e a Marinha Imperial Alemã (Kaiserliche Marine) na manhã do dia 8 de dezembro de 1914 no Atlântico Sul. Os britânicos, após sua derrota na Batalha de Coronel em 1º de novembro, enviaram uma grande força para rastrear e destruir o esquadrão de cruzadores alemão. A batalha é comemorada todos os anos em 8 de dezembro nas Ilhas Malvinas como feriado.
O almirante Graf Maximilian von Spee comandando o esquadrão alemão de dois cruzadores blindados, SMS Scharnhorst e Gneisenau, os cruzadores leves SMS Nürnberg, SMS Dresden e SMS Leipzig, os carvoeiros SS Baden, SS Santa Isabel e o navio-hospital SS Seydlitz tentaram invadir a base de suprimentos britânica em Stanley nas Ilhas Malvinas. O esquadrão britânico composto pelos cruzadores de batalha HMS Invincible e Inflexible, os cruzadores blindados HMS Carnarvon, Cornwall e Kent, o cruzador mercante armado HMS Macedonia e os cruzadores leves HMS Bristol e Glasgow (sobrevivente da Batalha de Coronel) chegaram ao porto no dia anterior.
A visibilidade estava excelente; o mar estava calmo com uma brisa suave, e o dia estava claro e ensolarado. Os cruzadores de vanguarda do esquadrão alemão foram detectados bem cedo. Às nove horas daquela manhã, os cruzadores de batalha e cruzadores britânicos estavam perseguindo os navios alemães. Todos, exceto o cruzador leve SMS Dresden (afundado meses depois) e o navio-hospital SS Seydlitz (que fugiu para a neutra Argentina), foram atacados e afundados pelos navios ingleses.
OS NAVIOS
Os cruzadores de batalha britânicos eram equipados com oito canhões de 12 polegadas (305 mm), enquanto os melhores navios de Spee (Scharnhorst e Gneisenau) estavam equipados com oito peças de 210 mm (8,3 polegadas). Além disso, os cruzadores de batalha poderiam fazer 25,5 nós (47,2 km/h) contra 22,5 nós de Spee (41,7 km/h); assim, os cruzadores de batalha britânicos não apenas superaram significativamente seus oponentes, mas também poderiam ultrapassá-los. O obsoleto encouraçado pré-dreadnought HMS Canopus foi aterrado em Stanley para atuar como uma bateria de defesa de ponto improvisada para a área.
O ESQUADRÃO DE SPEE E A BATALHA DE CORONEL

No início da Primeira Guerra Mundial, o Esquadrão Alemão da Ásia Oriental, comandado por Spee, estava defasado e mal armado em relação aos mais modernos e bem armados navios da Royal Navy presentes na região e pelos navios da Marinha Imperial Japonesa (Imperial Japanese Navy), pois na época o Japão era inimigo da Alemanha. Spee e o Alto Comando alemão não acreditavam que as possessões asiáticas da Alemanha pudessem ser defendidas e duvidavam que o esquadrão pudesse sobreviver naquele teatro. Spee queria levar seus navios para a Alemanha e começou indo para o sudeste através do Oceano Pacífico, embora estivesse pessimista sobre suas chances.
A frota de Spee, após cruzar o Pacífico, venceu a Batalha de Coronel na costa de Coronel, Chile, em 1º de novembro de 1914, onde seus navios afundaram os cruzadores HMS Good Hope (nau-capitânea do almirante Christopher Cradock, que morreu na batalha) e o HMS Monmouth. Após a batalha, em 3 de novembro, os navios SMS Scharnhorst, SMS Gneisenau e SMS Nürnberg entraram no porto de Valparaíso e foram recebidos como heróis pela população alemã. Von Spee se recusou a participar das comemorações; quando presenteado com um buquê de flores, ele as recusou, comentando que “estes servirão bem para o meu túmulo”.

Conforme exigido pela lei internacional para navios beligerantes em países neutros, os navios partiram em 24 horas, movendo-se para a então ilha de Mas Afuera (hoje conhecida como ilha de Alejandro Selkirk), situada a cerca de 640 km da costa chilena. Lá eles receberam a notícia da perda do cruzador SMS Emden, que já havia se destacado do esquadrão e estava tentando invadir o Oceano Índico, afundado pelos ingleses. Eles também souberam da queda da colônia alemã em Tsingtao, na China, que havia sido seu porto de origem. No dia 15 de novembro, o esquadrão mudou-se para Bahia San Quintin, na costa chilena, onde foi realizada uma cerimônia de entrega de 300 Cruzes de Ferro, de segunda classe, aos tripulantes, e uma Cruz de Ferro de primeira classe ao Almirante Spee.
Os oficiais de Spee aconselharam um rápido retorno à Alemanha. O esquadrão havia usado metade de sua munição em Coronel; o suprimento não podia ser reabastecido e era difícil até mesmo obter carvão (o combustível dos navios na época). Relatórios de inteligência sugeriram que os navios britânicos HMS Defence, HMS Cornwall e HMS Carnarvon estavam estacionados no Rio da Prata, Argentina, e que não havia navios de guerra britânicos em Port Stanley, nas ilhas Falklands, quando recentemente visitados por um navio a vapor. Spee estava preocupado com relatos sobre a presença de um navio de guerra britânico na área, o HMS Canopus, mas sua localização era desconhecida.
No dia 26 de novembro, o esquadrão partiu para o Cabo Horn, que alcançou em 1º de dezembro, depois ancorado na Ilha Picton, na Terra do Fogo chilena, onde permaneceu por três dias reabastecendo seus navios com o carvão de um navio mineiro britânico capturado, o Drummuir. Em 6 de dezembro, o navio britânico foi afundado e sua tripulação transferida para o auxiliar SS Seydlitz. No mesmo dia, Spee propôs atacar as Ilhas Falklands antes de definir o curso para a Alemanha. O ataque era desnecessário porque o esquadrão agora tinha carvão suficiente para retornar para a Alemanha. A maioria dos capitães de Spee se opôs ao ataque, mas mesmo assim ele decidiu prosseguir.


OS INGLESES SE PREPARAM PARA A BATALHA
No dia 30 de outubro, o aposentado almirante Sir John Fisher foi renomeado Primeiro Lorde do Mar para substituir o Almirante Príncipe Louis de Battenberg, que havia sido forçado a renunciar por causa de protestos públicos contra um suposto príncipe alemão que comandava a marinha britânica, embora Louis fosse britânico. e estava na Marinha Real desde os 14 anos. Em 3 de novembro (ainda sem saber da Batalha de Coronel e do seu terrível resultado para os ingleses), Fisher foi informado de que Spee havia sido avistado em Valparaíso e agiu para reforçar o esquadrão do almirante Cradock (que já estava morto) ordenando o envio de meios para patrulhar a costa leste da América do Sul e reforçar o seu esquadrão (que já não existia).

Em 4 de novembro, chegou a notícia da derrota em Coronel. O golpe no prestígio naval britânico foi palpável, e o público britânico ficou bastante chocado. Como resultado, os cruzadores de batalha HMS Invincible (homônimo de um dos porta-aviões que lutaram na Guerra das Malvinas em 1982) e o HMS Inflexible, em patrulha do Mar do Norte, foram ordenados a retornar rapidamente para Plymouth para revisão e preparação para serem enviados ao Atlântico Sul. O vice-almirante Doveton Sturdee, desafeto de Fischer, foi nomeado Comandante-em-Chefe, Atlântico Sul e Pacífico, para comandar a flotilha.
Em 11 de novembro, o Invincible e o Inflexible deixaram Devonport, embora os reparos do Invincible estivessem incompletos e ela navegou com trabalhadores ainda a bordo. Apesar da urgência da situação e a velocidade máxima dos navios poder chegar a até 25 nós (46 km/h), os navios foram forçados a navegar a apenas 10 nós (19 km/h) para conservar o carvão, a fim de completar o longa jornada para o Atlântico Sul. Os dois navios também estavam fortemente carregados de suprimentos. Embora o sigilo da missão fosse considerado importante para surpreender Spee, moradores do Cabo Verde, incluindo possíveis espiões alemães, viram os navios passarem pelas ilhas em 17 de novembro; no entanto, a notícia não chegou a Spee. Sturdee chegou a ilha de Abrolhos, na costa brasileira, no dia 26 de novembro, onde o contra-almirante A.P. Stoddart o esperava com o restante do esquadrão.
Sturdee anunciou sua intenção de partir para as Ilhas Falklands em 29 de novembro. De lá, os cruzadores leves HMS Glasgow e HMS Bristol patrulhariam em busca de Spee, convocando reforços se o encontrassem. O capitão Luce de Glasgow, que estivera na batalha de Coronel, objetou que não havia necessidade de esperar tanto tempo e convenceu Sturdee a partir um dia antes. O esquadrão sofreu atrasos mas os navios chegaram nas ilhas Falklands na manhã de 7 de dezembro. Os dois cruzadores leves atracaram em Port Stanley, enquanto os navios maiores permaneceram no porto externo mais profundo de Port William, nas proximidades. Os navios sofreram pequenas reformas e o SS Great Britain – reduzido a um bunker de carvão – fornecia carvão ao Invincible and Inflexible. O cruzador mercante armado SS Macedonia recebeu ordens de patrulhar o porto, enquanto o HMS Kent mantinha vapor em suas caldeiras, prontas para substituir o Macedônia no dia seguinte, 8 de dezembro; A frota de Spee chegou na manhã do mesmo dia.
Uma fonte improvável e inusitada de informações sobre o movimento dos navios alemães foi a Senhora Muriel Felton, esposa do gerente de uma estação de ovelhas em Fitzroy (a 40 km ao sul de Stanley), e suas empregadas Christina Goss e Marian Macleod. Eles estavam sozinhas quando Felton recebeu um telefonema de Port Stanley informando que navios alemães estavam se aproximando das ilhas. As empregadas se revezavam no alto de uma colina próxima para registrar os movimentos dos navios, que Felton transmitia a Port Stanley por telefone. Seus relatórios permitiram que o Bristol e o Macedônia assumissem as melhores posições para interceptar. O Almirantado mais tarde presenteou as mulheres com placas de prata e Felton recebeu uma OBE (Ordem do Império Britânico) por suas ações.
A BATALHA

Movimentos Iniciais
Os cruzadores de Spee – Gneisenau e Nürnberg – chegaram primeiro a Stanley. Na hora, toda a frota britânica estava sendo reabastecida de carvão. Alguns acreditam que se Spee tivesse logo efetuado o ataque, os navios de Sturdee teriam sido alvos fáceis, embora isso seja discutível até os dias de hoje. Qualquer navio britânico que tentasse partir teria enfrentado todo o poder de fogo dos navios alemães; ter um navio afundado também pode ter bloqueado o resto do esquadrão britânico dentro do porto. No entanto, os alemães foram surpreendidos por tiros de uma fonte inesperada: o HMS Canopus, que havia sido aterrado como um navio de guarda e estava atrás de uma colina (era antigo mas possuía poderosos canhões). Isso foi o suficiente para frear o avanço dos alemães. A visão dos distintos mastros de tripé dos cruzadores de batalha britânicos confirmou que eles estavam enfrentando um inimigo mais bem equipado. O HMS Kent já estava saindo do porto e recebeu ordens de perseguir os navios de Spee.

Consciente da presença dos navios alemães, Sturdee ordenou que as tripulações tomassem rapidamente o café da manhã, sabendo que Canopus havia lhes dado tempo enquanto o vapor era gerado. Para Spee, com sua tripulação cansada de batalha e seus navios praticamente desarmados, o resultado parecia inevitável. Percebendo seu perigo tarde demais, e tendo perdido qualquer chance de atacar os navios britânicos enquanto eles estavam ancorados, Spee e seu esquadrão dispararam para o mar aberto. Os britânicos deixaram o porto por volta das 10h00. Spee estava à frente por 15 milhas (24 km), com os navios alemães alinhados em direção sudeste, mas havia bastante luz do dia para os cruzadores de batalha mais rápidos alcançarem a desesperada frota alemã.
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Eram 13h00 quando os cruzadores de batalha britânicos abriram fogo, mas levaram meia hora para chegar ao alcance do SMS Leipzig. Percebendo que não poderia ultrapassar os navios britânicos, Spee decidiu enfrentá-los apenas com seus cruzadores blindados, para dar aos cruzadores leves uma chance de escapar. Ele virou para lutar logo depois das 13h20. Os cruzadores blindados alemães tinham a vantagem de uma brisa refrescante de noroeste, que fazia com que a fumaça do funil dos navios britânicos obscurecesse seu alvo praticamente durante toda a ação. O segundo em comando de Gneisenau, o capitão Hans Pochhammer (que sobreviveu a batalha), indicou que houve uma longa pausa para os alemães durante os estágios iniciais da batalha, pois os britânicos tentaram sem sucesso forçar o almirante Spee a se afastar de sua posição vantajosa.
Apesar do sucesso inicial do Scharnhorst e do Gneisenau em atacar o Invincible, o navio britânico sofreu poucos danos. Spee então se virou para escapar, mas os cruzadores de batalha chegaram ao alcance ideal de tiro cerca de 40 minutos depois. O HMS Invincible e o HMS Inflexible envolveram o Scharnhorst e o Gneisenau, enquanto Sturdee destacou seus cruzadores para perseguir o SMS Leipzig e o SMS Nürnberg.
O HMS Inflexible e o HMS Invincible se voltaram para disparar contra os cruzadores blindados e Spee respondeu tentando fechar o alcance. Sua nau-capitânea, o SMS Scharnhorst sofreu grandes danos com pesados impactos dos canhões ingleses, iniciando um incêndio. O fogo piorou às 16h04, e ele afundou às 16h17, levando von Spee e toda a tripulação com ele. O SMS Gneisenau continuou a disparar e evadir até às 17h15, altura em que a sua munição já estava esgotada, e a sua tripulação, para evitar a captura, resolveu afundar o navio às 18h02, com 190 tripulantes sendo resgatados pelos ingleses das frias águas da região. O almirante Sturdee atacou impiedosamente o ferido SMS Gneisenau com seus dois cruzadores de batalha e o cruzador HMS Carnarvon, em vez de destacar um dos cruzadores de batalha para caçar o SMS Dresden, que conseguiu fugir. Ambos os cruzadores de batalha britânicos receberam cerca de 40 acertos dos navios alemães, com um tripulante morto e quatro feridos.
Enquanto isso, o SMS Nürnberg e o SMS Leipzig tentaram fugir dos cruzadores britânicos. O SMS Nürnberg estava funcionando a toda velocidade possível, mas estava danificado, enquanto a tripulação do HMS Kent estava levando suas caldeiras e motores ao limite. O SMS Nürnberg finalmente virou para a batalha às 17h30. O HMS Kent tinha canhões mais poderosos e mais blindagem. O SMS Nürnberg sofreu duas explosões por volta das 18h30, dando total vantagem em velocidade e manobrabilidade ao HMS Kent. O navio alemão emborcou e afundou às 19h27 após uma longa perseguição. Os cruzadores HMS Glasgow e HMS Cornwall perseguiram o SMS Leipzig; O HMS Glasgow resolveu então destruir de vez o SMS Leipzig, que ficou sem munição, mas ainda estava com sua bandeira de batalha hasteada. O SMS Leipzig disparou dois sinalizadores, então o HMS Glasgow cessou o fogo. Às 21h23, mais de 80 milhas (130 km) a sudeste das Falklands, ele também emborcou e afundou, deixando apenas 18 sobreviventes.
Durante as batalhas principais, Sturdee despachou o Capitão B.H. Fanshawe no HMS Bristol, junto com o HMS Macedonia, para destruir os carvoeiros. O Baden e o Santa Isabel foram perseguidos, interceptados e (depois de remover as tripulações) afundados pelo HMS Bristol e HMS Macedonia às 19h00. O SMS Seydlitz tomou um curso separado e conseguiu fugir da região.


Resultado
As baixas e os danos foram extremamente desproporcionais; os britânicos sofreram muito poucas baixas. O almirante Spee e seus dois filhos estavam entre os mortos alemães. Os sobreviventes alemães resgatados, 215 no total, tornaram-se prisioneiros nos navios britânicos. A maioria era do Gneisenau, nove eram de Nürnberg e 18 eram de Leipzig. Toda a tripulação do Scharnhorst, incluindo Spee, morreu com o afundamento do navio. Um dos oficiais de Gneisenau que sobreviveu havia sido o único sobrevivente de três armas diferentes no velho cruzador. Ele foi retirado da água dizendo que era primo em primeiro grau do comandante britânico (Stoddart).

Da força alemã de oito navios, dois escaparam: o navio-hospital Seydlitz e o cruzador leve Dresden, que vagou à solta por mais três meses antes de seu capitão ser encurralado por um esquadrão britânico (Kent, Glasgow e Orama) ao largo da então ilha de Más a Tierra (hoje ilha de Robinson Crusoé) no dia 14 de março de 1915. Depois de travar uma curta batalha, o capitão de Dresden evacuou seu navio e o afundou detonando seu paiol de munições. Já o Seydlitz fugiu para a neutra Argentina e foi internado, apenas retornando para a Alemanha depois da guerra, em 1919.
Como consequência da batalha, o Esquadrão Alemão da Ásia Oriental, a única formação naval permanente da Alemanha no exterior, efetivamente deixou de existir. O ataque a navios mercantes por navios de guerra regulares da Kaiserliche Marine foi encerrado. No entanto, a Alemanha colocou vários navios mercantes armados em serviço para atacar sorrateiramente navios mercantes até o final da guerra.
O PAPEL DA INTELIGÊNCIA NAVAL INGLESA NA BATALHA
Após a batalha, os especialistas navais alemães ficaram perplexos com o motivo pelo qual o almirante Spee atacou a base inglesa nas Falklands e como as duas forças poderiam ter se encontrado tão coincidentemente em tantos milhares de quilômetros de águas abertas. A nota manuscrita do Kaiser (Imperador da Alemanha) Guilherme II no relatório oficial da batalha diz: “Permanece um mistério o que fez Spee atacar as Ilhas Falklands”.
Acreditava-se geralmente que Spee foi enganado pelo almirantado alemão para atacar as Malvinas, uma base de abastecimento da Marinha Real Britânica, depois de receber informações da estação sem fio alemã em Valparaíso, que relatou o porto livre de navios de guerra ingleses. Apesar da objeção de três capitães de seus navios, Spee atacou.
No entanto, em 1925, um oficial naval alemão, Franz von Rintelen, entrevistou o almirante William Reginald Hall, diretor da Divisão de Inteligência Naval do Almirantado (NID), e foi informado de que o esquadrão de Spee havia sido atraído para a batalha por meio de um falso sinal enviado em um código naval alemão quebrado por criptógrafos britânicos. (Da mesma forma, em 14 de março de 1915, o SMS Dresden foi interceptado por navios britânicos enquanto pegava carvão no mar em um local identificado pelos decifradores do NID). Ou seja, foi uma bem elaborada cilada britânica em que Spee caiu.
CONCLUSÕES

A Batalha das Ilhas Falklands foi uma clássica batalha naval do século XX em que as já cansadas e debilitadas forças navais alemãs foram atraídas para uma cilada, sendo emboscadas e destruídas pelas forças navais inglesas, bastante superiores em armamento e tonelagem, aliados a uma bem elaborada (e também improvisada, como o caso da Senhora Felton) rede de informações e inteligência.
A região, nos anos seguintes, também sofreu com outras batalhas. Em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a “Batalha do Rio da Prata”, onde o encouraçado-de-bolso da Marinha de Guerra da Alemanha Nazista (Kriegsmarine) KMS Graf Spee (batizado em homenagem ao almirante morto na Batalha das Ilhas Falklands) foi encurralado e praticamente destruído pelos navios da Royal Navy, tendo afundado pela própria tripulação, com os sobreviventes tendo sido internados na Argentina.
O local do naufrágio da nau-capitânea do almirante Graf Spee, o SMS Scharnhorst, foi descoberto no dia 4 de dezembro de 2019, a aproximadamente 113 milhas (181 km) a sudeste de Stanley a uma profundidade de 1.610 m (5.280 pés). É considerado um túmulo de guerra, assim como os outros navios que afundaram na batalha de 1914, o próprio navio Graf Spee em 1939 e os navios e aeronaves inglesas e argentinas, que foram afundados e perdidos no mar ou em terra durante a Guerra das Malvinas em 1982.
IMAGEM DE CAPA: Cartão postal alemão mostrando o “último homem” prestes a afundar no casco do SMS Nürnberg, afundado na Batalha das Ilhas Malvinas em 8 de dezembro de 1914 na Primeira Guerra Mundial. Essa imagem foi bastante divulgada na Alemanha durante a guerra para fins de propaganda.
FONTES: Com informações da Wikipédia, Royal Navy, site “britshbattles.com” e o Facebook do Canal Militarizando.
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