BRUTAL E SANGRENTA: A BATALHA DE KHE SANH

A “Batalha de Khe Sanh” ou o “Cerco de Khe Sanh” (21 de janeiro a 9 de junho de 1968) foi um grande embate armado que ocorreu durante a Guerra do Vietnã, envolvendo o Exército do Vietnã do Sul (ARVN), o Corpo de Fuzileiros Navais (USMC) e o Exército dos Estados Unidos (US Army), contra o Exército do Povo do Vietnã (NVA), a noroeste da província de Quang Tri, próximo da fronteira com o Vietnã do Norte.

Mapa detalhado da Base de Combate de Khe Sanh (KSCB), mostrando suas linhas de defesa e sua pista de pouso.

O comando norte-americano em Saigon acreditou inicialmente que as operações de combate em torno da região de Khe Sanh durante o verão de 1967 eram apenas parte de uma série de pequenas ofensivas norte-vietnamitas, e dos guerrilheiros Vietcongs nas regiões fronteiriças, principalmente próximo a fronteira do Laos, supostamente para enganar a inteligência norte-americana e sul-vietnamita.

Khe Sanh antes da batalha, no início de1968.

Essa avaliação logo mudou quando se descobriu que o Exército do Povo do Vietnã (NVA) movia forças para a região enquanto caía o inverno. As ações em torno de Khe Sahn, ocupada pelos Fuzileiros Navais dos EUA, começaram quando a base foi isolada pelas forças comunistas, como consequência do início da Ofensiva do Tet (31 de janeiro de 1968), deflagrada conjuntamente pelo NVA e pelos Vietcongs.

Durante uma série de ações desesperadas que duraram 77 dias, a Base de Combate de Khe Sanh (KSCB) e os postos avançados ao seu redor foram mantidos sob constante ataque de morteiros, artilharia e foguetes do NVA. Combates violentos também foi reportado ao longo de todo o perímetro defensivo, muitas vezes praticamente sendo corpo-a-corpo, usando baionetas, como nas antigas batalhas.

Fuzileiros Navais dos EUA em ação na Colina 875, próximo ao perímetro de Khe Sanh.

Durante a batalha uma campanha de bombardeio maciço (Operação Niagara) foi levada a cabo pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e pela Aviação Militar do USMC para auxiliar a base dos Marines norte-americanos. Essa campanha contou com os últimos avanços tecnológicos para localizar e exterminar as forças do NVA.

No final, os americanos lançaram mais de 100 mil toneladas de bombas sobre as forças norte-vietnamitas na região próxima ao perímetro da base. O esforço logístico para manter a KSCB, quando ela estava isolada, exigiu a implementação de outras inovações táticas a fim de manter os Marines supridos e em condições de repelir o inimigo.

Um Canhão Autopropulsado M107 de 155 mm disparando contra posições do NVA em Khe Sanh durante a batalha.

Diferentemente da Batalha de Dien Bien Phu, que decidiu a Guerra da Indochina, a pista de pouso de Khe Sanh nunca foi totalmente negada aos norte-americanos, isso possibilitou alguns pousos de aeronaves de transporte, como o Lockheed C-130 Hercules, mesmo sob forte fogo inimigo de morteiros e armas de fogo em alguns casos, que traziam suprimentos e reforços, além de evacuar feridos.

Um Lockheed C-130A Hercules da USAF ressuprindo a base. O C-130 era uma aeronave tão valiosa pelo comando norte-americano que inicialmente ele se opôs ao envio desse tipo de aeronave para a sitiada base.

Em Março de 1968, uma grande operação aeroterrestre (Operação Pegasus) foi executada por uma força-tarefa combinada de Fuzileiros Navais, Exército dos Estados Unidos e Exército do Vietnã do Sul. Essa expedição conseguiu romper o cerco aos Marines, constituindo-se em vitória tática dos americanos e seus aliados, mas sem implicações estratégicas significativas no quadro geral.

Em 19 de junho, com o cerco rompido, os militares americanos começaram a evacuar a base de Khe Sahn (Operação Charlie), com os últimos soldados dinamitando a base e saindo em 11 de julho, com os caças norte-americanos bombardeando e destruindo a valiosa pista de pouso, que salvou a vida de muitos soldados no cerco.

O violento combate no perímetro próximo a Khe Sanh.

Os norte-vietnamitas ocuparam a base e, a despeito dos soldados e dos fuzileiros norte-americanos ainda conduzirem patrulhas de busca e destruição pela região, os comunistas declararam vitória, tomando a base desocupada e estendendo suas linhas de suprimento e comunicação mais para o sul, agora praticamente sem oposição inimiga.

A luta por Khe Sanh foi sangrenta e extremamente brutal para os homens envolvidas nela, que voltaram devastados depois da batalha e do longo cerco ocasionado. As forças norte-americanas e sul-vietnamitas tiverem um total de 3.500 mortos e 9 mil feridos. Já os norte-vietnamitas sofreram cerca de 15 mil mortos e um número desconhecido de feridos.

Um sniper (franco-atirador) dos Fuzileiros Navais dos EUA procurando por soldados do NVA no perímetro da base.

Os combates nas regiões ao redor do perímetro da base, como as colinas, também foram particularmente violentos e, apesar do alto custo em vidas, não significou em grandes conquistas para qualquer um dos lados. Khe Sanh foi uma luta brutal e sangrenta, com um resultado inútil para os norte-americanos, assim como foi a Guerra do Vietnã.

Um McDonnell Douglas F-4C Phantom II da USAF lançando bombas contra o NVA no perímetro de Khe Sanh durante a batalha.
Um Douglas A-4 Skyhawk do USMC lançando bombas de Napalm contra posições do NVA no perímetro de Khe Sanh.
Helicópteros Boeing-Vertol CH-46 Sea Knight do USMC levando suprimentos a Khe Sanh, durante a Operação Pégasus.

IMAGEM DE CAPA: A Base de Fuzileiros de Khe Sanh sob pesado ataque do NVA, provavelmente em Fevereiro de 1968.

FONTES: Wikipédia e Facebook do Canal Militarizando.

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