
No início da década de 1970 o Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos notificou o Senado norte-americano para uma provável venda de 72 caças Northrop F-5E Tiger II para o Brasil, venda essa rapidamente aprovada.
Em 1974, a FAB exerceu a opção de compra de 36 caças F-5E e comprou mais seis aeronaves de dois lugares F-5B, por 72 milhões de dólares. Estranhamente a FAB não exerceu as outras 36 opções do monoposto a que tinha direito, suficiente para equipar mais dois esquadrões.
A FAB optou por adquirir a versão de dois lugares Northrop F-5B Freedom Fighter (na versão F-5B-50-NO) porque a versão do Tiger II de dois lugares, o F-5F, ainda não existia na época da compra. Foram os últimos F-5B fabricados pela companhia norte-americana.

O F-5F finalmente veio para a FAB com a compra, em 1988, de 22 F-5E e quatro F-5F ex-Agressores da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e depois em 2008, com a compra de mais nove F-5E e três F-5F que pertenceram a Real Força Aérea da Jordânia (RJAF).
Alguns F-5E do primeiro lote vieram com a opção de serem colocados um nariz equipado com câmeras de reconhecimento, transformando o caça numa aeronave de Reconhecimento Tático (RecTac), semelhante a versão de reconhecimento “Tigereye” adquirida por alguns operadores dos caças F-5. Por motivos nunca esclarecidos, esse nariz praticamente não foi utilizado operacionalmente pela FAB e com o tempo o acessório foi descartado por estar obsoleto.

Os caças brasileiros vieram equipados com o obsoleto míssil ar-ar de curto alcance (WVR) AIM-9B Sidewinder, apesar desse míssil receber muitas criticas, alguns pilotos brasileiros falavam que ele só servia para contrapeso, por isso esse míssil praticamente não foi utilizado no Brasil.
Com a modernização de seus sistemas, entre 2005 e 2018, os F-5E receberam a capacidade de lançar mísseis ar-ar além do alcance visual (BVR), como o Rafael Derby, além de poder lançar bombas inteligentes, como a Spice. Com essa atualização, o agora F-5EM/FM se tornou um dos caças mais modernos da América Latina.
Poucas pessoas sabem mas o F-5E é superior em manobras verticais em relação ao mais sofisticado General Dynamics F-16A Fighting Falcon, algo usado pelos pilotos da FAB para abater alguns F-16A do esquadrão Bucaneiros da Guarda Aérea Nacional dos EUA (ANG) no exercício Tigre I (Porto Rico/1994), fato que pegou os norte-americanos de surpresa pelo alto preparo dos pilotos da FAB.




Em um hipotético conflito contra a Argentina em 1982, os F-5E teriam conseguido a superioridade aérea para a FAB, o pouco alcance do F-5E poderia ter sido compensado tanto pela capacidade de reabastecimento em voo (REVO) dos caças quanto pela atuação do sistema Sisdacta ou Cindacta II, que daria o alerta assim que o inimigo decolasse de suas bases perto da fronteira, os simples, mas eficientes na época, radares Emerson APQ-153 e a excelente manobrabilidade do F-5 teriam feito a diferença, contra a então poderosa Força Aérea Argentina (FAA), equipada com caças Dassault Mirage III e IAI Dagger.

IMAGEM DE CAPA: Um caça Northrop F-5E Tiger II em voo nos Estados Unidos antes da entrega para a FAB. Ele está equipado com mísseis ar-ar WVR de manejo (pintado de azul) AIM-9P Sidewinder, que não foram fornecidos ao Brasil. Essa aeronave também não está equipada com a tradicional sonda de REVO (Reabastecimento em Voo) que foi adicionada aos F-5 do primeiro lote posteriormente.
FONTES: Curiosidades da Aviação (Adaptado) no Facebook, Poder Aéreo, GBN News, Wikipédia e Facebook do Canal Militarizando.
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