O CURTISS P-36 HAWK: O PRIMEIRO CAÇA MODERNO EM SERVIÇO NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA!

O Curtiss P-36 Hawk, também conhecido como Curtiss Hawk Model 75, foi o primeiro de uma nova geração de caças a entrar em serviço junto ao então USAAC (United States Army Air Corps). Foi contemporâneo de outros caças famosos como os ingleses Hawker Hurricane e Supermarine Spitfire e do alemão Messerschmitt Bf 190, todos da segunda metade da década de 30 do século passado.

Foram produzidos cerca de 1.000 P-36 de diversas variantes tendo sido 227 para o USAAC, 753 exportados e 25 produzidos sob licença em diversos países. Muitos P-36 combateram durante a Segunda Guerra Mundial pela China, Finlândia, França, nas Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia) e pelos Estados Unidos.

Os únicos combates em que os P-36 do USAAC se envolveram durante a Segunda Guerra Mundial foram durante o ataque da Marinha Imperial Japonesa à Pearl Harbor, no dia 7 de dezembro de 1941, quando quatro P-36A conseguiram decolar e atacar uma formação de nove torpedeiros Nakajima B5N1 “Kate”, da segunda onda de ataque, tendo abatido dois.

O primeiro esquema de pintura dos P-36 Hawk recebidos pela FAB.

Em 1942, dez RP-36A foram transferidos para a Força Aérea Brasileira (FAB). Foi considerado o primeiro caça moderno da recém criada FAB, pois todos os outros modelos, vindos da antiga Aviação do Exército e da Aviação Naval, quando da formação da FAB em 20 de janeiro de 1941, eram obsoletos, muitos eram biplanos e com estrutura em tela e madeira, logo sendo retirados de serviço.

Os RP-36A da FAB anteriormente pertenciam ao Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC) e eram parte integrante da 6º Força Aérea e que estavam alocados no 16º Pursait Group e no 32º Pursait Group unidades baseadas em Albrook Field, Zona do Canal do Panamá, onde esses caças eram usados para defesa aérea do canal e treinamento.

O RP-36A “FAB 04” logo depois de sua chegada em Fortaleza, em 1942, ainda com a pintura original.

No dia 3 de março de 1942 foram recebidas na Base Aérea de Fortaleza (BAFZ) as primeiras aeronaves. Vale citar que nos registros estas células estavam designadas como RP-36A, sendo o sufixo R a classificação de “restrito”, clarificando que estes aviões se encontravam no limiar de sua vida estrutural, não devendo ser arduamente empregadas operacionalmente a fim de se evitar acidentes.

Fundamentalmente os Curtiss RP-36A se destinavam principalmente a tarefas de instrução visando disseminar as novas doutrinas de operação e combate para as equipagens brasileiras em missões de guerra em aeronaves modernas. Inicialmente vieram com a numeração norte-americana, depois foram renumerados de “FAB 01″ a ” FAB 10″.

O RP-36A “FAB 06” já com seu esquema de cores finais em Natal, 1943.
Três vistas de um RP-36A da FAB.

Depois as seis células restantes (quatro foram perdidas, com alguns acidentes sendo fatais) dos RP-36A foram transferidas para Natal no final de 1942, onde serviram em missão de caça e treinamento. Após mais um acidente, em setembro de 1943, a frota foi paralisada e posteriormente desativada, sendo substituído pelo seu “irmão” mais novo, o Curtiss P-40 Warhawk, que estava entrando em serviço na FAB. Os cinco P-36 sobreviventes foram para escolas de formação de especialistas (sargentos) e posteriormente sucateados, não restando nenhuma aeronave preservada.

AERONAVES CURTISS P-36A HAWK OPERADAS PELA FORÇA AÉREA BRASILEIRA (FAB):

MATRÍCULA USAAC NÚMERO DE SÉRIE MATRÍCULA FAB 
38-039 MSN 12453 FAB 02 
38-043 MSN 12457 FAB 03 
38-051 MSN 12465 FAB 05 
38-053 MSN 12467 FAB 10 
38-054 MSN 12468 FAB 01 
38-060 MSN 12474 FAB 09 
38-106 MSN 12520 FAB 08 
38-158 MSN 12572 FAB 06 
38-159 MSN 12573 FAB 04 
38-175 MSN 12589 FAB 07 

OBSERVAÇÃO: Há registros apenas dos acidentes das aeronaves “FAB 04” (caiu em Natal no dia 30/09/1942, com o piloto, desconhecido, tendo sobrevivido a queda) e da “FAB 10” (caiu em Recife no dia 23/07/1942, com a morte do 1° Ten Av Arthur Oswaldo Cesar de Andrade). Desconhece o exato destino das outras aeronaves.

IMAGEM DE CAPA: Aeronaves P-36 durante uma revisão geral (overhaul) em um hangar da Força Aérea Brasileira, provavelmente em 1942, em Fortaleza.

FONTES: Wikipedia, Facebook do Canal Militarizando, site “História da Força Aérea Brasileira” e o site “Armas Nacionais” da Web.